Este texto não é meu... Li no blog da Lasciva e achei interessante!!!! Não só para percebemos o tanto de meninas deste tipo que existem por aí... mas para vermos que todas nós temos um pouquinho da Sheila dentro de nós...
Vale a pena parar para pensar...
Sheila é alta, seios fartos, morena, bunda empinada. Cheia de
curvas. Joga seu cabelão de um lado para o outro, quando passeia na rua,
rebolante. Remexe os dedos em sua boca carnuda, a todo o momento. Ela é linda.
Mas tão óbvia.
Uma piscadela não correspondida é o suficiente para ferir sua
autoestima. O mesmo acontece quando ela posta no Facebook uma de suas diversas
fotos tiradas no espelho, fazendo biquinho, e não recebe comentários elogiosos.
Ela se sente feia ou gorda, sempre que não é o centro das atenções.
A moça de vinte e poucos anos não tem uma amiga com quem
possa contar. As garotas que conhece a acham fútil. As mais inseguras se sentem
ameaçadas.
- Mulher é muito invejosa – Sheila gosta de dizer, ao
justificar que seus melhores amigos são todos do sexo masculino.
Vive cercada de caras, que não lhe poupam regalias e
bajulações. Ficam de guarda, ao seu lado, prontos para fazer o que ela quiser.
Oferecem caronas, bebidas, convites para diversos lugares. Todos esperam, um
dia, levá-la para a cama. Fatalmente, alguns deles conseguem eventualmente
despi-la, quando ela desce de seu salto, em momentos de carência.
Durante o sexo, ao lembrar que aquele rapaz não irá lhe pedir
em namoro – muitas vezes, ele é comprometido – Sheila sente culpa. E vira o
rosto, faz cara de Madalena Arrependida. Fica parada enquanto ele mete. É tarde
demais.
- Acredito muito em Deus – afirma ela, no momento do pós-sexo
– não me sinto bem, quando faço essas coisas – e olha para o canto, faz bico,
enruga a testa.
Externalizando sua crise existencial aos parceiros, a garota
tenta consertar o dano moral sofrido, sempre que ela faz sexo casual. Aquilo
não tem efeito. No outro dia, ele vai reclamar com os amigos que aquele
mulherão é, na verdade, uma menina submissa e inepta na cama.
E ela vai sofrer sozinha. Queria um namorado. Acha que nenhum
homem lhe serve. Seus preceitos não lhe trazem felicidade. Porém, Sheila não
percebe. Sonha que vai amar alguém que lhe dê valor – enquanto ela mesma
desvaloriza aquilo que faz.
É tão claro que sua previsibilidade a torna desinteressante.
Sheila caminha pelas ruas, requebrando a cintura, suspirando alto, enrolando os
dedos no cabelo. Sente euforia com a atenção que lhe é dispensada. Sente
tristeza ao pensar no carinho e amor que lhe faltam.
Não sabe fugir ao óbvio.
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