Este lindo texto é para nossa reflexão...
Somos só bonitas????? Não, somos inteligentes, batalhadoras, líderes...
Pensem sobre isso... É bom pensar em se cuidar? SIM!!!! Mas quando se torna exagero e quando queremos fazer de nossas filhas modelos de beleza aos 7 anos, as submetendo a químicas fortes até para nós... é hora de repensar e mudar nossas atitudes...
Estamos na semana da mulher. O que não
faltam são artigos e matérias sobre as conquistas femininas, o que
fizemos, o lado bom, o lado ruim, os novos e os eternos desafios.
Fica difícil escolher um assunto entre tantos. Então, elegi um que
acho muito sensível: a relação da mulher com a estética.
Não vou falar que é errado gostar de
maquiagem nem fazer regime. Mas queria levantar a discussão sobre o
sentimento negativo que muitas mulheres sentem quando se olham no
espelho. Somos ensinadas, desde pequenas, a nos acharmos feias?
Uma pesquisa no oráculo Google mostra
que existem hoje mais de 350 mil sites sobre escova progressiva só
para crianças no Brasil. A demanda pela transformação é cada vez
maior nas meninas. A prática começa com 6, 7 anos. No mais tardar,
com 12. Mães levam, todos os meses, suas filhas aos salões para
usar uma química — bem violenta — e mudar a condição natural
de seus cabelos. Qual a mensagem que elas passam para sua prole? No
mínimo, que seu cabelo, tal como a natureza o fez, é feio e,
portanto, deve ser modificado. O mesmo vale para as loucuras com o
corpo, suplementos alimentares e regimes malucos, que começam cada
vez mais cedo. Além da difusão da escova progressiva, uma matéria
do The Guardian mostra dois “games para meninas”, em que elas são
treinadas a construir uma imagem sobre si mesmas, totalmente
diferente da realidade, brincando de fazer diversas mudanças no seu
corpo e visual. Ou seja, são ensinadas que podem “comprar” o
corpo que quiserem e que o delas é feio. Nada disso é novo. Três
marcas norte-americanas de roupas já foram criticadas por colocar o
gênero de maneira preconceituosa em suas coleções infantis. Uma
delas, a Gymboree, chegou a criar uma linha de roupas para bebês que
tinha os dizeres “pretty like mom” nas peças para meninas e
“smart like dad” nas dos meninos.
Ora, toda mulher se preocupa com o
peso, gosta de se cuidar. Quem não adora ser chamada de bonita? Quem
não quer estar bem? Não estamos falando de dogmatismos. A discussão
é por que pautamos nossas qualidades apenas na estética? Vivemos um
problema: a maioria das mulheres não se sente segura hoje em dia.
Não come com prazer, não desfruta da sua liberdade (porque estar
magra e com cabelo perfeito requer muita disciplina), tem, enfim,
poucos momentos de descontração. Afinal de contas, querer fazer uma
lipoaspiração aos 13 anos não era para ser desejo para alguém
dessa idade. Mas é para muitas. Não deveríamos alimentar outro
tipo de sentimento nas nossas meninas? Algo que as faça se sentir
seguras, não apenas pela aparência, mas também pela sensibilidade,
afetos, inteligência? E não digo só inteligência intelectual, mas
também emocional. Essa coisa tão importante para dar conta do
tranco da vida. Outras habilidades deveriam ser enaltecidas que não
apenas o cabelo liso ou a barriga chapada. No lugar de ficar
prestando atenção nos defeitos, no que há de diferente das atrizes
de capas de revista, saber enaltecer as características não tão
óbvias.
Na contramão dessa narrativa — é
sempre bom mostrar que nada é absoluto — temos Lupita
Nyong’o, graciosa atriz queniana que levou o Oscar, semana
passada. Antes da premiação, ela fez um belo discurso sobre uma
carta que recebeu de uma garota querendo mudar a cor de sua pele.
Fica a reflexão.
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